|
Diana Potter e a Tábua Oitava
O drama do Espaço requere um Tempo multidimensional onde cada Objeto é a Imagem de si mesmo e do(s) Universo(s) que se lhe associam na Criação. Quando leio a arte potteriana através dos grafismos, das formas, da luz, das sombras, das texturas, das linhas e dos blocos - enfim, as Sete Tábuas onde os opostos da unidade, percebo a sua íntima reflexão no e com o Todo cósmico vislumbrado nas raízes. Como já escrevi antes sobre Diana Potter, o mito e o místico alcançam no seu trabalho uma dimensão tão telúrica que a Tábua Oitava (permito-me pôr a questão neste enquadramento) já está desenhada aí mesmo - isto é: a Tábua Oitava é a síntese das raízes mágicas que a artista buscou e re-criou na natureza que ela representa e na vivência com o precário sobreviver espiritual-material que somos! É a celebração das Raizes e da Alma que une o Todo em um espectro de energias cujos limites estão somente na transição de um elemento: a Humanidade. Imbuída do espírito vivenciado, e tendo o Tempo como um Sentimento de pura Vida, Diana Potter experimenta esse sensacionalismo - sim, essa "coisa" que foi cara a Fernando Pessoa e a Walt Whitman - tão lúdico quanto plástico de produzir uma instalação de toques limiares - ou, no caso da arte potteriana, a Tábua Oitava. O conceito maniqueísta de vivência (o Bem e o Mal) libera uma Linguagem diversa, por isso, a madeira, o tecido, a água, o metal e a sempre fêmina terra, são o material que dirá de um Espaço cósmico entre o Tempo vário apresentado em telas ou colagens. Somos como a árvore que se alimenta do e realimenta o micro-sistema ecológico: um ciclo de vivências mutantes. Somos a transição que as raízes que nos cercam transmitem, o que nem sempre observamos nesse material que para uns é desperdíco e para outros é base d'Arte: buscar a Humanidade por um compromisso de equilíbrios é a tese e a práxis artística de Diana Potter.
|