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BRAZIL
um nome de origem celta

 

João Barcelos

 

 

 

(Artigo publicado no jornal
COTIDIANO, Ag.1992, em
Cotia/SP, Brasil)

 

No original, o título do artigo era "Vaticano Deu o Brasil a Portugal". Assim mesmo. E o Vaticano deu o Brasil a Portugal...

Se recordarmos que as velas brancas das embarcações lusas tinham uma Cruz Vermelha em vez do Escudo com os cinco castelos, logo poderemos pensar em algo insólito que os manuais escolares não explicam.

Quando em 1494 os reis de Portugal e Castela assinaram o Tratado de Tordesilhas, traçaram uma linha divisória no Globo, de norte a sul, 370 léguas ao poente da Ilha de Santo Antão, em Cabo Verde: o meridiano de demarcação atingia a foz d Rio Amazonas e passava o Rio da Prata - essa linha, não tão "imaginária", com se afirma oficialmente! - dividiu a Terra em uma parte para os castelhanos e outra para os portugueses, incluindo, para estes, as terras "a descobrir".

Necessariamente, temos de regressar no Tempo que é a História das nações para lermos no Espaço das coisas a Realidade.


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Ainda na 1ª Dinastia, com Afonso I, Portugal cedeu politicamente e concordou com o enfeudamento à Santa Sé, sob os auspícios do Papa Inocêncio V, em 5 de Outubro de 1143, mas só em Maio de 1179 o grande Afonso recebeu o título de Rei pela Bula "Manifestis Probatum" assinada pelo Papa Alexandre II; assim como grande parte da Europa poderosa, Portugal estava sob as leis teocráticas do Vaticano imperial. Quando, duzentos anos depois, a Ordem do Templo acabou, a partir da criminosa execução dos monges-banqueiros em França, sendo suprimida pelo Papa Clemente V, o Vaticano criou em Portugal uma nova Ordem de cavaleiros, dita de Ordem de Cristo (Bula "Ad Ea Ex Quibus", de 1319, assinada pelo Papa João XXII);

  assim, os reis portugueses foram "contemplados" com o Grão-Mestrado da Ordem dos Cavaleiros de Cristo que substituiu a dos monges Templários. Com as fortunas anexas, e o consentimento tácito do Vaticano, a Monarquia portuguesa deu condições ao Infante D. Henrique - o Navegador - para construir, em 1412, a Escola Náutica de Sagres. Não por acaso, ou capricho político... A Bula "Rex Regum", do Papa Martinho V, em 1418, ordenou a pregação da Cruzada e, dois anos depois, o Infante recebeu a incumbência de administrar a Ordem de Cristo pela Bula "In Apostolicae Dignitais Specula", sendo que uma das empreitadas seria a busca do Santo Graal numa terra mágica tida como "centro do mundo" na simbologia iniciática dos herdeiros indiretos da Ordem do Templo, que era do conhecimento dos reis e de navegadores como Vasco da Gama, Nicolau Coelho, Pedro Álvares Cabral e cientistas como Mestre João (estes dois últimos, juntos na armada que partíu do Tejo em 1500)... E, nesta "cruzada" pelo Tempo-Espaço, recorde-se que o rei D. Diniz, em 1300, ordenou a plantação de um extenso pinhal em Leiria, próximo ao centro templário situado em Tomar, com o intuito de ter madeira para formar uma grande Armada!

 

Curiosidade?

 

a) A soma dos números 1 e 7, dos 17º da latitude sul da Insulla Brazil dá 8, o número místico da Ordem de Cristo, em Portugal.

b) No dia 21, do mês 4, de 15(00), os navegadores avistaram a costa: ora, somando os números 2,1,4,1 e 5, temos 13; e 13 eram os Cavaleiros da Távola Redonda, como 13 eram os presentes à Santa Ceia e 13 os monges que ergueram São Paulo!

Eis-nos, aqui, no "ponto" da História. Aquela dos fatos, datas e coisas. Não a Estória dos bobos que se "acham" historiadores sem conhecimento das fontes...

A inclusão de Nicolau Coelho na armada de Pedro Álvares Cabral pode espantar esses bobos, não quem estuda-pesquisa História: Nicolau Coelho foi o mensageiro do "achamento" do caminho para as Índias sob o comando do Gama, e em 22 de Abril de 1500, acompanhando Cabral e Mestre João, foi ele o primeiro, na ocasião, a pisar as terras da Insulla Brasil, entregando aos nativos americanos cruzes d'estanho que haviam sobrado "da outra vinda", segundo a carta de Pero Vaz de Caminha, que relata a tomada oficial (como "achamento") da Insulla Brazil já conhecida em mapas antigos. Isto prova que os portuguses não estiveram por acaso nas terras da Insulla Brazil a que chamaram de Vera Cruz, a 17º latitude sul.

Para quem gosta de especular sobre documentos, deve-se recordar que o número 17 é também do grau filosófico da Maçonaria, ou mais precisamente o Grau do Cavaleiro do Ocidente e do Oriente, sendo que a "insulla" simboliza(ria) muito bem o meio caminho entre as duas culturas e até, quem sabe?... aquele "centro do mundo".

Os portugueses não acharam, tomaram posse da Insulla que sabiam não ser Insulla mas um vasto território já visitado por antigos povos do tronco Celta, como os fenícios, que usavam a palavra braaz (q.s. grande) conhecida (como informa, e bem, o pesquisador Sérgio Motti Trombelli) nas áreas por onde passaram esses povos guerreiros e místicos (como informa o historiador e filósofo Antoine Fabre D'Olivet) - daí, o nome brazil, que não existe no dialecto nativo wirapitãng ou no Tupi karai-été (q.s., um e outro, pau-brazil).

A assinatura do Tratado de Tordesilhas, em 1494, bem antes das partidas de Gama e de Cabral, quando já era bem conhecido do Vaticano e da Coroa lusa o mapa de Bartolomeu Pareto, traçado em 1455 com o registro da Insulla de Brazil), deu a Portugal a primazia sobre aquela já mui cobiçada terra, também do conhecimento de Colombo que ficou "entretendo" a Coroa castelhana. Aquele encontro de Tordesilhas foi o maior, e talvez o único, êxito diplomático de Portugal! No Séc. 18 tudo era já uma ruina nacional...

Os contatos dos navegadores portugueses no Ocidente e no Oriente, como o seu conhecimento das rotas célticas - vários povos do tronco Celta formam a miscigenização guerreira e mística da Nacionalidade portuguesa -, deram sustentação aos propósitos mercantis europeus (aliando os banqueiros judeus de Antuérpia aos reis portugueses) e aos empreendimentos do Vaticano.

Ao atribuir ao Infante D. Henrique a administração da Ordem de Cristo, e só esta bandeira servíu de pavilhão às caravelas!..., os monárquicos bispos do Vaticano quiseram ter a certeza da continuidade da Cruzada pelo Império e a Fé através de Portugal, e não uma "posse" para Portugal - por isso, é certo afirmar que o Vaticano deu o braazi(l) a Portugal. Naquela época, o Vaticano iniciava a sua queda imperial e precisava de um parceiro forte, escolheu Portugal que era a nação primeira entre as católicas. Com as fortunas da Ordem do Templo, o apoio dos judeus, Vaticano e Portugal prosseguiram dilatando a Fé e o Império!