Artigos sobre Cotia,
Brasil e o Homem

joão barcellos

 

O Brasil No 3° Milênio

O "país do futuro" só existe quando o conflito interno acaba com a demagogia da ação social estatal e leva a Pátria para os trilhos do progresso democrático. Com as élites brasileiras desde há muito auto-naturalizadas norte-americanas, via política econômica, milhões de micro-empresários e agentes técnicos buscam alternativas ao conceito "dar um jeitinho" cursando em escolas noturnas, outros, paralelamente, engrossam a massa que frequenta os centros evangélicos contra o absolutismo dos centros católicos que, sabem, abençoam aquelas élites. A saída é "fazer, não aguardar"...

 

Às portas do 3° Milênio da era cristã (que a "coisa" é bem mais antiga do que isso!), o Brasil e a China são os maiores mercados para a expansão dos negócios dos EUA e da Europa, mas quer o Brasil quer a China recebem só os negócios, não as matrizes, por isso as tecnologias locais são sucateadas e o operariado especializado vai para a fila do desemprego porque as linhas de montagem são robotizadas - sim, robot não fala nem tem família para sustentar! O que é preciso fazer para que o Brasil seja, então, uma Pátria de fato e de direito? Que se torne emergente mesmo, que seja uma Nação que se conquista pela Educação e Cultura próprias e não se aventura porsoluções que outros países já rejeitaram: que seja uma Nação brasileira com mercado para os brasileiros...

 

Não existe mítica nem mística em torno do Ano 2000 que faça do Brasil o "país do futuro". É a ruptura sóciopolítica aliada a um querer cultural transformador que elevará a Nação àquilo que ela representa aos olhos do mundo: uma potência socioeconômica!

 

É o que será o Brasil no 3° Milênio, porque já é impossível às atuais élites brasileiras pensar em continuar o modelo de Governo que as sustenta - um Governo "globalizado" que criou em torno de si uma nova burguesia: o empresariado que vive à custa dos benefícios governamentais. E os milhões de micro-empresários e jovens que frequentam os cursos noturnos profissionalizantes para adaptação são um sinal claro e inequívoco de que existe um querer cultural transformador da estrutura sócio-produtiva, também, o que leva já essa massa a equacionar o Brasil como mercado próprio em diálogo internacional.

 

Sim, Leitor(a), o 3° Milênio é hoje!

 

 

Obs - Quando digo "não existe mítica nem mística em torno do Ano 2000", quero dizer: o estorial popular (Mítica) obedece, na maioria dos temas, aos dogmas religiosos cujas mensagens (Mística) misturam-se quase sempre àquele fervor oral. (jb)

 

 

  

Municipalização do Ensino

analisando o Brasil através de Cotia

 

Do mesmo modo que Veiga Simão, no início dos Anos 70, em Portugal, propôs levar ávante o eixo Ensino Técnico/Produção Industrial, e tendo isso como abertura sociopolítica da Instrução sob as benções do salazarismo fascizante continuado por Marcelo Caetano, também no Brasil dos Anos 90 os tecnocratas tentam exatamente o mesmo.

 

O problema é: o que fazer com Diploma de 1° e/ou 2° Grau que não dá acesso ao tão prometido Emprego?! Paralelamente, tal como em Portugal discute-se a formação de Conselhos Locais de Educação (CLE’s) com ampla participação de intelectuais e dos sindicatos do Professorado, aqui no Brasil a Municipalização do Ensino é o ponto da não-discussão. Infelizmente...

 

Observar criticamente a Municipalização do Ensino num região como Cotia, município da Grande São Paulo, com cerca de 120.000 habitantes, uma área imp[ortante de produção de hortifrutigranjeiros e outra industrial, de médio porte, uma rede escolar (estadual, municipal e particular) com cerca de 100 unidades, mas sem Ensino Técnico Industrial-Comercial, é ter um micro quadro da falência nacional que embasa a Instrução no Brasil. Mas, por que falo em "falência"? Existe quem confunda Regionalização sob tutela nacional com Desenvolvimento Local Sustentado, o que não pode acontecer. Vamos ao exemplo: ao assumir a Municipalização do Ensino a região de Cotia não assumiu o Desenvolvimento Local Sustentado no âmbito da Educação, sim, o gerenciamento das disposições do Ministério da Educação que regionalizam (e subsidiam) a rede local de escolas. Nada mais do que isto!...

 

O que Cotia ganha com este gasto político-administrativo? Verbas para Merenda Escolar, para Adaptação e/ou Construção de Unidades Escolares, e talvez algum Apoio Didático-Pedagógico. Muito bem. Desde que a Municipalização do Ensino foi adotada em Cotia, a imprensa vem recebendo (e esperamos que o Executivo e o Legislativo demonstrem o contrário, pois, é para isso que Imprensa existe!) denúncias de superfaturamento com construtora (a Erre Ltda) que nem engenheiro responsável tem - como é o caso de uma EMEI no Jd. Panorama com duas salas (área de 192,64 m2 na qual incluem indevidamente o páteo, i.e., + 140 m2) pelo preço de R$153.693,04, e isto tem quer ter no mínimo a responsabilidade da Assessoria Municipal da Educação, que assina juntamente com o Prefeito e deve(rá) ter o aval da Comissão de Educação da Câmara Municipal. Por outro lado, outras denúncias (mais uma vez: esperamos que o Governo Municipal e a tal Comissão de Educação expliquem a situação) têm a ver com a Merenda Escolar, ítem também sob assinatura de Teresa Acetuno (da Assessoria de Educação). Cotia até que ganharia muito com outro tipo de assessores que soubessem administrar ajudando o Prefeito. O fato é que o coração de uma boa Administração Municipal passa pela Educação/Cultura, e Mário Ribeiro sabe isso muito bem. E também sabe que embora o salário médio do Professorado Municipal seja baixo, uma das compensações está na Reciclagem didático-pedagógica do Professorado a todos os níveis, incluindo o Professorado direcionado para o Ensino Especial, pois, este, e veja-se o caso da APAE, não tem tido direito a cursos/palestras técnicas sob patrocínio da Municipalidade. A propósito, Teresa Acetuno celebrou um acordo entre a Prefeitura e a APAE, ou estamos enganados?... Esta questão administrativa é levada tão pouco a sério que esquecem que o Prefeito tem 15 dias para responder a um Requerimento, mesmo que através da Assessoria de Educação... Isto não se passa só em Cotia, o noticiário nacional tem oferecido diariamente um leque de opções para análise - mas, nós estamos em Cotia!

 

Diante deste quadro perspectiva-se facilmente o que é gerenciar localmente benefícios federais e/ou estaduais, ou seja, até agora a Municipalização do Ensino não é mais do que um ato administrativo no qual o Professorado e os seus orgãos de classe não têm chance de opinar com alternativas. O outro problema deste ato administrativo, voltado para a Instrução e não para a Educação local e culturalmente assumida, é o seguinte: a facilidade com que os políticos transformam escolas em palanques eleitorais e professores em cabos eleitorais!

 

 

Agora, além do conceito administrativo de Instrução temos as tendências mercadológicas da Instrução, i.e., "bota-se" uma linha de microcomputadores numa unidade escolar, sem preparação didático-pedagógica prévia do Professorado, e diz-se: estamos globalizados! Ora, sem treinamento especializado (Informática + Pedagogia direcionada) o que temos? Professores brincando de videogame instrutivo (não educativo) e compartilhando isso com a população infanto-juvenil. Brincadeira... Que futuro se pretende para o Brasil?!

 

Quer na Espanha quer em Portugal, e até aqui na vizinha Argentina, entre os Anos 1970-75, o Ensino Fundamental e Profissionalizante tinha o mesmo tratamento administrativo, até que o Professorado passou a ser consultado. No Brasil, não. Não se trata de desenvolver localmente o Ensino, mas sim de eternizar o conceito besta e fascista pelo qual a Escola-construção é mais importante do que o Professor e o Aluno... Claro, dirá o vereador esperto: dá lucro!... (João Barcellos - escritor, consultor cultural)

 

 

Soam Os Tambores Yankees

O Brasil É Nosso?

 

Em pleno estertôr do regime hitleriano alguém perguntava "Paris já está arder?" - escreveram até um roteiro fílmico com esse título -, e esta questão vem sendo posta constantemente em nossa História. Enquanto a extinta URSS degladiava com os USA, e vice-versa, por melhores posicionamentos estratégicos no âmbito da guerra fria, muitos países ficaram na posição-refém em que se encontrou a cidade de Paris... Hoje, enquanto a China não se posiciona, os USA são a superpotência do momento. Dita as regras político-econômicas e os seus militares, a partir de West Point, fazem o resto. Bom, e o que isto tem a ver com o Brasil? Tudo.

 

É precisamente em West Point que se formula a questão "O Brasil é nosso?". E os filhos do Uncle Sam dizem que "Ah, sim, o Brasil é nosso!". Nunca um grande país, de dimensões continentais, esteve sob as garras de outro. É o caso do Brasil. Lá, em West Point - a academia que forma os oficiais militares norte-americanos - o tambor yankee vem anunciando ao mundo que "os USA poderão invadir o Brasil caso a Amazônia não esteja nas condições de uso político e científico". É público e notório. Só não sabe quem não quer. E os políticos brasileiros sabem disto muito bem embora não abram a boca nem para dizerem ôpa, o Brasil é dos brasileiros. Infelizmente, são apoiados pelos jornais e emissoras (rádio e tv) de grande penetração. Um dia o Brasil vai acordar como mais uma estrelinha na bandeira yankee - e, da mesma maneira que poucos (pouquíssimos) berram contra a venda do patrimônio pátrio, também serão poucos os que irão (a)notar a mudança de bandeira.

 

Os novos países surgidos do bloco soviético, com o fim do regime bolchevista, são uma amostra viva da luta pátria que deve animar uma nação. Não bloqueio militar que perdure no tempo nem povo que se esqueça das raízes culturais. Ora, o Caso Brasil é um pouco diferente: os nativos foram dominados em 1500 dC pelos portugueses e as suas culturas destruidas pela disseminação da Língua colonizadora; com a perda do domínio português, em pleno Séc. 17, e sua queda imperial sob as saias do Vaticano, outras culturas (alemã, italiana, russa, polaca, espanhola, austríaca, etc) vieram fortalecer o estigma colonial fazendo do Brasil uma manta de retalhos culturais, mesmo sendo a Língua portuguesa o traço precário de união nacional. Esta é uma das razões que faz as pessoas serem nacionalistas, em casos de torcida esportiva ou casos meramente políticos, e raramente patriotas quando trata-se da essência nacional do Brasil.

 

Conhecendo profundamente, este Caso Brasil, porque não ingênuos políticos, os acadêmicos de West Point já lançaram as bases de intervenção na Amazônia e afirmam categoricamente que o farão se não estiverem contentes com o desempenho do Governo brasileiro. Mas nem um país tão pequeno como Portugal admitiria tal afirmação sem uma resposta diplomática adequada!...

 

E neste caso, os yankees estão indo mais longe do que os nazis no caso de Paris, porque estes sabiam que a Resistência Francesa ganhava a batalha da libertação com o apoio dos aliados, ou seja, era uma questão de tempo. Por enquanto, os USA ditam as regras econômico-políticas que regem a vida cotidiana na América do Sul, incluindo o Brasil. Já chegaram a propôr a extinção dos exércitos locais. Ah, ah, ah, mas esqueceram de dizer quem vai defender a região dos próprios yankees... E os brasileiros? O que dizem os brasileiros desta questão? (João Barcellos - escritor, consultor cultural)

 

 

Cotia Fora De Mão!

 

 

Por que as coisas não "andam" em Cotia?

 

Embora os políticos locais não gostem que a Imprensa os analise - e a Imprensa tem muito a dizer... -, apontamos três esferas de anti-ação: 1- a acomodação dos políticos ao "voto" que lhes dá bom caímento, ou seja, a eleição comprada de alguma forma (emprego para familiares de cabo eleitoral, cesta básica, jornais bajuladores tipo "oficiais" mas sem responsabilidade jornalística, etc, etc), 2- o apego ao conceito "fui eleito pra tratar do meu rebanho e não do município, por isso tenho de engordar com os dinheiros públicos", e 3- por falta de estrutura mental culturalmente ativa e ativante, a não averiguação dos atos administrativos.

 

Esta simples contestação é feita após uma leitura cuidadosa dos vários textos que nos chegaram sobre os atos administrativos (legislativos e executivos) de Cotia, entre 1997 e 1998. Uma barbaridade!

 

A primeira vez que tomamos conhecimento desta Municipalidade "ao deus dará" foi em 1997 com o já célebre artigo "Cotia... Executivo sem oposição no Legislativo!" (in Gazeta de Cotia, Ag. 1997), devidamente assinado por João Barcellos; ao artigo nenhum político, quer do Legislativo quer do Executivo, teve coragem de responder. No caso, responder ao Mestre JB seria assinar a própria confissão de culpa. Nem os vereadores oriundos do sindicalismo e das associações de bairro abriram sequer a boca. Como foi possível eleger esta gentinha? Como dissemos antes, a troco de "prendinhas"... O mais bárbaro de tudo isto não é sequer a falta de capacidade político-administrativa, é falta de respeito para com a Cidadania! Só meses depois, quando passei uma semana em Vargem Grande Paulista (onde nasci), é que pude observar o quanto é profundo o desprezo dessa gentinha pela situação do povo local em meio a quase uma festa pública mensal! Lendo os documentos sobre jornais e empreiteiras sem responsáveis credenciados, tive uma idéia clara daquilo que gerou a indignação de W.Paioli e de João Barcellos, e depois de outros jornalistas.

 

Cotia é aquilo que a recentemente falecida Teresa de Oliveira dizia: "uma cidade fora de mão". Tarde, a Justiça entendeu que os artigos de Paioli e de Barcellos não tinham cunho que intimidasse a "honra" de políticos locais como o Prefeito - e, agora, aqueles editores deverão solicitar a abertura de processo indenizatório contra o Prefeito que iniciou o processo-crime. Mas, quem vai fazer recolher ao erário público aquele Meio Milhão de Dólares pago a um jornal clandestino?!... Aguardamos que a Justiça seja feita.

 

Habituados a não dar "cavaco" à coisa pública, os políticos de Cotia continuam rindo dos raros cidadãos que os apontam como responsáveis pela não evolução rural-urbana e industrial da região. João Barcellos tem razão: "(...) é preciso lutar energicamente para sermos o Cidadão, e isso implica lutar contra a Ignorância que sustenta a politicagem (...) uma politicagem que acha-se no direito de transformar uma escola em palanque eleitoral e a cesta básica do funcionalismo em brinde eleitoral!" Uma análise fria de um mestre forjado na lide comunitária e cultural.

 

Por que Cotia não "anda"? É preciso responder?... (Mário Castro - jornalista, Rio)

 

EM TEMPO - Cotia pode e deve seguir o exemplo de João Barcellos. Que recursos tem ele para pesquisar a História local? Nenhuns. Mas faz: ele faz acontecer. Li no último exemplar de GAZETA DE COTIA, e depois confirmei em telefonema para o poeta, que o MinC aprovou a sua pesquisa sobre o grande escritor Baptista Cepellos. Eis a questão: os políticos de Cotia devem aprender com quem faz e não atirar pedras! (MC)

 

 

 

Sem Pantufas

a propósito do cidadão cultural

 

 

(de Nantes, Fr. - Jan/99) - Quando o mestre João Barcellos solicitou-me autorização para publicar a homenagem que o Grupo Granja lhe prestou, em Janeiro de 98, e que foi lida pelo jornalista Mário Castro, fiquei um pouco apreensivo. E pensei: continua a perseguição política lá em Cotia. E o mais interessante, nisto (ah, espero que transformem o meu português de origem em português "brasileiro"...), o mais interessante é que logo no início de 1999 o Ministério da Cultura do Brasil concedeu ao conhecido escritor radicado em Cotia os benefícios da Lei do Mecenato para transformar os textos acerca de Baptista Cepellos em mais um livro que põe Cotia nos caminhos históricos do Brasil. Quanto de Cultura deve a região de Cotia ao esforço intelectual de João Barcellos?

 

Uma semana depois recebi a ata da reunião do Grupo Granja publicada no Gazeta de Cotia, incluindo aí a parte "Parabéns João Barcellos" e "Ecologia Humana" (esta, uma discussão acalorada sobre as políticas ecológicas não-adotadas pelo Brasil mas sempre vomitadas por seus dirigentes nos discursos eleitorais). E entendi. Como sempre o mestre em ação: a ata da homenagem é uma resposta de João Barcellos às contínuas provocações dos patuscos ignorantes que se acham a "inteligência" de Cotia.

 

Com o fax nas mãos, pensei: um intelectual sem pantufas é sempre um alvo para as provocações narcisistas que sustentam a ignorância. E, se esse intelectual é ativo além de não querer pantufas a coisa fica feia para os ignorantes! Escrevo este pequeno artigo depois de ter tido uma conversa com o Mário Castro que, em seu escritório no Rio, é um saudoso "filho" da região cotiana. Habituado a grandes reportagens em situações deveras delicadas, ele é um dos jornalistas que mais aprecio e que vem da "escola" da Oriana Fallaci... Ele e JB estiveram em vários países entrevistando personalidades envolvidas com os "causos" do nosso quotidiano político globalizado. O respeito que se nutre pelos editoriais de João Barcellos é grande.

 

Quero aproveitar este texto, primeiro, par agradecer a publicação de alguns dos meus textos quer no jornal O Raposo quer no Gazeta de Cotia e, segundo, para informar que a homenagem do Grupo Granja ao escritor e cidadão cultural João Barcellos, em 1998, foi embasada nos textos de mérito emitidos pela vereança local e no Relatório da Coordenadoria Municipal da Cultura, distribuido em fins de 1996 à Câmara e à Prefeitura de Cotia. (Marc Cédron - ecólogo e psiquiatra, membro do Grupo Granja)

 

  

 

Chega de Terrorismo d’Estado!

 

 

 

E pronto, os EUA bombardearam mais uma vez e covardemente, em aliança com o Reino Unido e o silêncio tácito da ONU, o histórico e petrolífero Iraque, contestando e punindo a fabricação de armas químicas - o que não vêem em Israel!... Enquanto isso, a ONU (a maior palhaçada diplomática produzida no pós-II Grande Guerra) vira cassino de interesses subjugados ao que se pode denominar como Consenso de Washington, conceito político-militar cuja estrutura ideológica

é o pólo de expansão do imperialismo tão feroz que nem Hitler, nem os Imperadores romanos ou Stálin ousaram esboçar ou pensar em tal. E, a este Império, nem as próprias populações norte-americanas têm como escapar: debaixo de um suposto "combate global às drogas" organismos como o DEA, o ATF, o IRS e o FBI, deixam as populações sob vigilância permanente. Por isso, na mesma proporção em que o mundo humano vem odiando as manobras imperialistas dos EUA o povo local vem se declarando "fora do sistema" da nação que um dia proclamou-se "livre e independente"!

 

Através do Drug Enforcement Agency (DEA) os norte-americanos exportam, impondo, o seu ponto de vista imperial também (e principalmente) para a América Latina, onde as élites socio-econômicas são seus filhotes ideológicos. É o conceito de big brother (o polícia-"irmão") em escala mundial servindo aquele Consenso de Washington.

 

Qualquer manifestação econômica, cultural, política, militar, etc, contrária aos desesjos imperialistas é considerado, pelos EUA e seus Aliados ricos (...ricos à custa dos países que detêm solos férteis, como o Brasil), "questão de segurança nacional" como se esse país fosse a única nação sobre a Terra! Eis-nos diante do mais puro Terrorismo d’Estado.

 

Bem pagos pelas multinacionais, através das agências de publicidade, as grandes redes de jornais, rádios e tv’s, ficam de joelhos diante de uma ofensa humana como os bombardeios criminosos dos EUA contra o Iraque, ou a tentativa de domínio da AL pela policialesca DEA.

 

Tal como aconteceu no imperialismo soviético, os EUA vão sofrer as primeiras grandes derrotas desferidas pelo seu próprio povo: o Imperialismo é uma doença do Poder que cria câncer em seus organismos. A ciranda financeira que vem arruinando economias fortes como as do Japão, do Brasil, da Europa e do próprio sistema norte-americano, é disso uma prova. Que nem o olho policialesco, e às vezes hilariante, do big brother consegue curar... Pois, o FBI e a DEA que se cuidem!

 

Agora, a Imprensa descobriu que Israel tinha/tem planos para "assassinar Saddam" e que a última tentativa falhou por culpa dos bombardeios anglo-americanos a Bagdad. Pior: os dirigentes judeus confessam que o Mossad (sua polícia secreta copiada da SS hitleriana) têm mesmo esse plano lamentando não ter dado certo. Afinal, quem é terrorista aqui?!

 

Enquanto Israel é o predileto parceiro ocidental(izado) no meio dos árabes e subsidiado pelos EUA, quer estes quer a ONU desconhecem a existência ali do desenvolvimento de armas químico-étnicas. O mundo moderno vai, assim, continuar a ter o estilo raça ariana coordenando os interesses imperialistas contra os povos não-arianos e não-bons semitas. Isto, até o dia em que os povos da Terra vão olhar para si mesmos e decidirem: Chega de Terrorismo d’Estado, chega de vigilância estúpida e racista, que o Ser Humano é maior do que tudo isso!

 

Rudyard Kipling afirmava que só existem "...duas maneiras de governar os homens: partir as cabeças, ou cortá-las". Obviamente, os EUA e Israel (mais o G-7 e a ONU) optaram pelo Imperialismo (leia-se Ditadura) contra a Sociedade Aberta (ou Democracia)! Lambrando aqui, a talhe de foice, que "Se todo o Poder corrompe, todo o Poder absoluto corrompe absolutamente"- palavras de Lord Acton. (João Barcellos - escritor, consultor cultural)

 

B R A S I L

COM AS CALÇAS NAS MÃOS

 

 

(W.Paioli e J. Barcellos) - Economistas de gabarito como Mangabeira e Furtado fizeram uma radiografia da situação do Real e da Sociedade brasileira, o primeiro na revista Caros Amigos (Jan. 99 - SP), e o segundo no jornal Folha de S. Paulo (21Jan99). Os dois convergem em alguns dados e, principalmente, numa definição da equipe econômica do Governo FHC: gente inexperiente e tecnocratas desligados da realidade social.

 

Amigo do Presidente, Celso Furtado utilizou um discurso de alerta ao Governo lembrando mesmo que "A opinião pública brasileira está embriagada de informações falsas (...), o país está no desfiladeiro". Para este economista, "O governo levou o país a uma situação muito difícil. O começo foi a estratégia da estabilização sem correção interna (...) Faltaram medidas para o aumento da taxa de poupança (...) A poupança pública brasileira sempre foi em grande parte arrecadada pela inflação. O Plano Real acabou com a inflação mas não fez uma reforma fiscal de verdade para dar ao governo um novo instrumento de financiamento".

 

Neste ano de 1999 o Brasil tem US$60 bilhões para pagar uma parte da Dívida Externa e não tem nem sabe de onde tirar tal verba! Está de calças nas mãos em meio à desaceleração da produção e à alta taxa de desemprego. Uma solução é o Fisco, ou seja, todos pagam o pato com novos impostos enquanto o Governo continua delirando no palácio onírico dos tecnocratas. A gente paga... O modelo imposto pelo Consenso de Washington aos países da América Latina é o de não permitir o desenvolvimento local e harmonioso da Economia e da Educação.

 

Considerado "o pensador da esperança", o economista Roberto Mangabeira Unger, para quem o que se passa hoje no Brasil é uma situação análoga à dos imperadores reformadores chineses, otomanos e bizantinos que "...queriam resistir à concentração econômica e social que se processava em proveito de uma grande aristocracia latifundiária. Queriam manter uma sociedade de pequenos proprietários que daria uma base fiscal e militar para eles. Mas (...) temiam que a mobilização dos pequenos seria perigosa demais, porque escaparia ao controle". Por isso, por ter tido e ter uma má administração, como diz e bem Celso Furtado, o Governo FHC está de calças nas mãos. E, a recente Moratória de Minas detonada por Itamar Franco, é apenas uma gota no oceano da mistificação econômica em que o Governo FHC envolveu o Povo brasileiro!

 

O engajamento do Governo FHC aos mandos do Exterior "...serviu para criar um novo conjunto de apaniguados, de empresários aventureiros que são criaturas do Estado. Foram criados pelo Estado, com dinheiro do Estado", afirmou Mangabeira na entrevista concedida a Caros Amigos.